"Dos laboratórios aos banheiros: a ciência humana e suas inter-relações"
Hoje
o nosso blog irá comentar mais um texto da Ludmila Rodrigues dos Santos: Dos
laboratórios aos banheiros: A ciência humana e suas inter-relações. O texto foi
pulicado também em 2011, na Inter-relações, publicação do curso de relações
internacionais da faculdade de Santa Marcelina.
O
artigo é um convite a “olhar para o outro”, a olhar para aquilo que é tão
banalizado, o banheiro e sua extensão, com outro olhar. Nas palavras de Da Matta “tornar o familiar em
exótico”.
O
texto está dividido em três partes:
1.
Entrando
no banheiro
2.
“Wo ist die Toilette?”
3.
Do banheiro para o mundo: o que enfim nos fala o
banheiro?
Na
primeira parte, lançando mão das ideias de Preciado (2002 apud Maia, 2010), Santos
nos mostra que, “ir ao banheiro” não é uma atividade tão simples; pelo contrário, cheia de regras, pois os banheiros “são definidores e se definem por gênero”. Logo em seguida a autora questiona se haveria
também um código que regulasse o que acontece dentro dos banheiros, nas
cabines, espaços que denotam restrinção e individualidade.
Para
validar a sua hipótese de que há um um
ethos específico, que “é antes determinado pelos frequentadores do banheiro, do
que por uma questão cultural”, a autora irá analisar
banheiros do Brasil e Alemanha. Através dessa análise, ela pretende
demostrar que
As recorrências das
temáticas existem independentemente do país onde foram produzidas e se ligam
mais a um ethos específico do banheiro do que a uma nacionalidade ou hábitos
específicos. (SANTOS, 2011, p.21)
Para a autora, alguns temas
estão mais associados ao espaço macro que contém o banheiro, e isso independe
da cultura. Alguns temas, como político,
tendem a ser mais encontrados, por exemplo, em universidades; enquanto conteúdos sexuais costumam ter maior
recorrência em banheiros rodoviários.
Na segunda parte, “Wo ist die
Toilette?”, Comparação do material empírico, os grafitos de banheiro de locais
do Brasil e da Alemanha. Essa comparação encontra o ponto em comum, entre os
grafitos destes locais:
A
partir de certas generalizações, é possível notar a recorrência das mesmas
temáticas (e não dos mesmos assuntos) em banheiros do Brasil e da Alemanha.
(SANTOS, 2011, p.22)
Cabe lembrar aqui, que fato
semelhante foi constado por Pellegrini Filho (2009): a ocorrência de
determinadas mensagem que se tornaram antológicas pelo fato de ocorrerem em
diversos países.
Na terceira e última parte, Santos conclui fazendo com que leitores pesquisadores reflitam sobre um banheiro
como um local também do fazer científico, coisa que, aliás, é um dos objetivos
deste blog.
REFERENCIAS
SANTOS, Ludmila Rodrigues dos.
Dos laboratórios aos banheiros: a ciência humana e suas inter-relações.
Inter-relações, ano 11, n.34, 2011
Autora: Luana Alves
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