LATRINALIA- Toilet Graffiti Documentary
A língua ainda tem sido uma barreira
enfrentada por mim tanto para compreensão, como para o compartilhamento de
ideias, pois uma grande quantidade de material que aborda os grafitos de
banheiro está em língua inglesa. Aline,
que defendeu sua monografia recentemente, pôde constatar isso; o que também é
notório quando consultamos a lista de referências de diversas obras brasileiras.
E é tentando superar essa barreira que hoje irei comentar um pequeno documentário
a respeito do nosso tema, Latrinalia-
Toilet Graffiti Documentary, de Sam Trowbridge e Anna Baccarini.
Alguém abre a porta principal que dá
acesso às cabines, tranca-se em uma delas. Assim, abre-se um mundo particular,
palco para diversas atividades, entre elas o grafito de banheiro.
Logo de início, em uma porta de
banheiro, temos a seguinte afirmação:
“[...] grafito é a mais pura forma de arte, discurso.”
Dessa afirmação se desenrola outras, em forma de grafitos de banheiro. Várias pessoas são ouvidas; para algumas o grafito de banheiro é algo agradável, divertido; para outras, motivo de aborrecimento, sujeira.
Após apresentar a definição do termo
latrinália, segundo Alan Dundes (que
é quem cria/ cunha o conceito em 1965 para designar as inscrições feitas em
banheiros públicos), várias pessoas falam sobre o assunto: Michael Iwanoff- professor
de Artes, Liam Brady-arqueólogo de arte rupestre, Esta Zar- funcionária de um
bar na Austrália, Duncan Wright e Ian McGlynn- admiradores do grafito de banheiro, etc. Portanto,
as opiniões expressas são as mais diferentes possíveis, desde o arqueólogo de
arte rupestre que fala sobre os grafitos dos banheiros de Roma, até ao simples
admirador do grafito de banheiro contemporâneo.
Quem também aparece nesse
documentário é o criador do Projeto Grafito de Banheiro, Stockes, o qual pensa o grafito de banheiro como uma forma de enviar uma mensagem a pessoas de
diferentes lugares. Além disso, para ele, a porta acaba servindo como fonte de
entretenimento enquanto se faz “as necessidades”.
Durante o documentário são colocadas
três questões:
1.
Guerra dos Sexos
Quem comenta essa questão são dois funcionários da
empresa Kleenit Graffiti Removal, empresa
especialista em remoção de grafites em vários locais. Segundo Peter Robinson, funcionário
da empresa, as mulheres parecem se expressar mais que os homens.
2.
Grafito de banheiro: arte... ou crime?
Os funcionários da Kleenit, Peter Robinson e Amadeus
Tomin, também comentam essa questão, e para eles, a maior parte do que encontram
(o que é registrado em arquivo digital) seria arte, o restante, vandalismo (desenhos
ofensivos, piadas).
3.
O mundo mais privado do banheiro público
Várias pessoas comentam essa última questão, Peter Robinson, Esta Zar, entre outros falam a respeito da privacidade e reserva
da identidade que se cria ao entrar em uma cabine de banheiro. Os inscritos grafados
na porta, ou outra superfície ao redor, podem ter sido deixados por qualquer
pessoa, não há como “acessar” essas identidades.
Stockes conclui afirmando que o grafito é uma forma de luta contra censura. O documentário
é recheado de grafitos de banheiro [em inglês] do início ao fim.
“Excretion of the mind as well as the body”
[o grafito é a] “excreção da mente assim como do corpo”
Você também pode conhecer o Projeto Grafito de Banheiro, basta clicar no link abaixo:
http://www.graffitiproject.com/
Autora: Luana Alves.
[o grafito é a] “excreção da mente assim como do corpo”
Você também pode conhecer o Projeto Grafito de Banheiro, basta clicar no link abaixo:
http://www.graffitiproject.com/
Autora: Luana Alves.
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