Considerações semióticas acerca dos manuscritos de alunos realizados nas carteiras, na parede, nos cadernos: uma análise dos níveis de concretização


Quem acompanha o nosso blog sabe que o foco são os grafitos de banheiro. Entretanto, grafitos, de modo geral, acontecem em diversos locais (carteiras, muros, portas, etc.), mas, como aponta Barbosa (1984), o banheiro é um dos locais onde mais se produzem grafitos.
O texto de hoje irá discorrer acerca dos grafitos que acontecem não nos banheiros, mas nas carteiras escolares. Daiana Zanovello e Antonio Carlos de Souza, em Considerações semióticas acerca dos manuscritos de alunos realizados nas carteiras, na parede, nos cadernos: uma análise dos níveis de concretização, fazem um levantamento das diversas formas de grafitos deixados pelos alunos no espaço escolar, buscando também verificar, através da semiótica, o tipo de discurso (verbal/não verbal) que os alunos mais utilizam e o porquê.
Para isso, os autores tomam para análise grafitos feitos nas carteiras por alunos do 8º e 9° ano (7ª e 8ª série), da escola Estadual Reynaldo Massi (MS). De maneira semelhante ao que acontece nos grafitos de banheiro, os grafitos feitos por alunos nas carteiras apresentam "um discurso mais evasivo, já que nos momentos de fuga do contexto da aula que está sendo aplicada, o aluno se manifesta escrevendo nas carteiras, na capa do caderno [...] "(ZANOVELLO, SOUZA,2009 ,  p.2)

O trabalho está dividido em 4 partes. Na primeira parte os autores trazem conceitos importantes da semiótica (corrente teórica utilizada para análise do material) como signo, significado, linguagem e sentido. Na segunda parte, busca-se explicitar o conceito de texto dentro da semiótica, bem como a diferença entre texto verbal e não verbal. Na terceira parte, Zanovello e Souza abordam os conceitos de tematização e figuritização, conceitos chave neste trabalho. Basicamente, a tematização diz respeito ao sentido abstrato do texto, enquanto a figuritização àquilo que é concreto no mundo natural.
Por fim, na quarta parte os autores descrevem o material coletado. Embora a maioria dos grafitos seja vista em nossa sociedade como meros escritos sem sentido ou puro vandalismo, Zanovello e Souza, assim como nós, veem os grafitos como “uma importante fonte de pesquisa”. Nesta parte, os autores tomam para análise apenas os grafitos produzidos nas carteiras. Ainda que produzidos em um ambiente totalmente público, os grafitos das carteiras possuem um pouco do caráter privado que é traço marcante dos grafitos de banheiro, pois, geralmente, no momento em que um aluno ‘rabisca’ a carteira não é observado por ninguém (ou pelo menos por ninguém que o reprima). Continuando o paralelo entre essas duas manifestações dos grafitos, os “escritos escolares demonstram um canal pelo qual os alunos veiculam ideias, expressam fantasias e manifestam facetas de seu comportamento [...] (ZANOVELLO, SOUZA, Ano,  p.9), assim como acontece nos grafitos de banheiro. Os autores finalizam apresentando a análise semiótica de 6 textos de (grafitos) apresentando os supostos temas, como também motivação por trás de cada grafito.

Vale a pena conferir, basta clicar no link abaixo e boa leitura!



REFERÊNCIAS:

ZANOVELLO, Daiana Francisca; SOUZA, Antonio Carlos Santana de. Considerações semióticas acerca dos manuscritos de alunos realizados nas carteiras, nas paredes, nos cadernos: uma analise dos níveis de concretização. Página de Debate: questões de linguística e linguagem. Nova Andradina, n. 6, Jun.2009. Disponível em <http://www.linguisticaelinguagem.cepad.net.br/EDICOES/
06/Arquivos/7.1.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2014




Autora: Luana Alves.



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